domingo, 2 de setembro de 2018

Transportadores de combustíveis confirmam estado de greve a partir de meia-noite

 O Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados do Petróleo de Minas Gerais (Sinditanque-MG) informou, na tarde deste domingo (2), que os motoristas da categoria entrarão em estado de greve a partir de meia-noite desta segunda-feira (3). 
De acordo com o presidente da entidade, Irani Gomes, os líderes da categoria iniciarão conversas com o governo federal para que seja garantido o cumprimento da tabela mínima do frete.
"Não significa que vamos parar totalmente, mas, se eles se negarem a cumprir a lei, haverá esse risco, sim", explicou o presidente, que emendou: "não é um acordo que estamos pedido, mas o cumprimento de uma lei que está em vigor desde o dia 8 de agosto".
Insatisfação geral
Ao Hoje em Dia, Irani Gomes contou que não são somente os transportadores de combustíveis e derivados do petróleo que estão insatisfeitos com o não cumprimento da tabela pelas distribuidoras e embarcadoras. "Apesar de eu não ter nenhuma informação sobre greves e manifestações de outras entidades, todos nós temos a mesma reclamação e queremos que seja feita a fiscalização do cumprimento da tabela do frete", explicou.
Outra reclamação que entrou na pauta da categoria é em relação ao valor do diesel, cuja estabilidade havia sido garantida pelo governo federal nas paralisações de maio e junho. "Além de não pagarem a tabela mínima do frete, agora temos que arcar com combustíveis mais caros, o que acaba deixando inviável o nosso trabalho", afirmou Gomes.
Outro membro do Sinditanque, que não quis se identificar, disse ao Hoje em Dia que a Petrobrás diminuiu recentemente 20% do valor pago aos transportadores, que, antes do corte, já era menor do que o estabelecido pela tabela.
A reportagem procurou a BR, distribuidora da Petrobrás, e aguarda retorno. 
Diesel mais caro
O aumento do valor do diesel nas refinarias também é uma questão apontada pelos manifestantes. A mudança foi anunciada na última sexta-feira (31). Nesse contexto, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) confirmou neste domingo (2) que vai ajustar a tabela de preços mínimos de frete para equiparar os custos do diesel mais caro. Segundo o Broadcast, a expectativa é de que estes ajustes sejam anunciados dentro de poucos dias.
Embora os fretes devam ser reajustados, os caminhoneiros reivindicam a fiscalização do cumprimento da Lei, reclamação à qual a ANTT argumenta, no entanto, que precisa de uma regulamentação específica para poder fiscalizar os preços cobrados no transporte de cargas - algo que nunca foi feito no Brasil. Isso demanda discussões com todos os envolvidos e abertura de consulta pública, cujo prazo pode chegar a 60 dias. Na prática, a fiscalização não começará imediatamente. (Com Agência Estado).
Motoristas desesperados
Assim como no sábado (1º), motoristas amedrontados pelo fantasma da greve também se enfileiraram nos postos de gasolina de Belo Horizonte para garantir o combustível antes que acabe.
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), embora não estivesse ciente da manifestação do Sinditanque-MG, alertou para o perigo desse tipo de ação. De acordo com o Minaspetro, o combustível pode acabar mais pela alta demanda dos motoristas nos postos do que pela falta propriamente dita de distribuição.

Fonte: Jornal Hoje em Dia

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